IPEVSC Destaca Publicação de Artigo Científico sobre Engajamento Paterno em Programas de Parentalidade

O Instituto de Pesquisas de Variações Socioculturais (IPEVSC) anuncia com satisfação a recente publicação do artigo de revisão sistemática intitulado “Fathers’ engagement in parenting programs: A systematic review study” (Engajamento paterno em programas de parentalidade: um estudo de revisão sistemática), na prestigiada revista Ciencias Psicológicas1. O estudo, publicado na edição de Julho-Dezembro de 2025 (Vol. 19, n. 2)2, é fruto da colaboração de pesquisadores de destaque, incluindo o Dr. Mauro Luís Vieira, pesquisador associado do IPEVSC e docente na Universidade Federal de Santa Catarina, juntamente com Henrique Lima Reis e Dra. María Beatriz Martins Linhares3. O trabalho contou com o apoio institucional do IPEVSC, que forneceu fomento para o desenvolvimento da pesquisa pelo Dr. Mauro Luís Vieira4.

 

A Questão Crítica da Participação Paterna em Intervenções

 

O estudo aborda a reconhecida eficácia das intervenções de orientação parental na promoção de interações familiares saudáveis e na mitigação de problemas comportamentais na infância5. Não obstante os benefícios evidentes, os autores sublinham que a garantia do envolvimento paterno nesses programas persiste como um desafio significativo no campo da saúde familiar e do desenvolvimento infantil6.

 

O objetivo central desta revisão sistemática consistiu em identificar e analisar criticamente 11 estudos empíricos que investigaram o envolvimento e a participação de pais biológicos ou cuidadores masculinos em programas de intervenção parental, com foco nas variáveis que facilitam ou dificultam a adesão7. A metodologia seguiu rigorosamente as diretrizes PRISMA, garantindo a solidez e a transparência do processo de seleção e análise8.

 

Fatores Facilitadores e Preditivos do Engajamento

 

Os achados da revisão indicaram que a participação dos pais em programas de parentalidade está positivamente associada a fatores socioeconômicos e contextuais9:

 

  • Nível Educacional e Renda Familiar: Observou-se uma correlação positiva entre a participação paterna e um maior nível educacional e renda familiar dos pais10.
  • Problemas Emocionais Infantis: O engajamento paterno tende a ser superior em contextos nos quais as crianças apresentam problemas emocionais elevados, o que sugere que a percepção de uma necessidade urgente por parte da criança motiva a busca por auxílio11.
  • Adaptação Programática: Os estudos revisados ressaltam a importância crucial da flexibilidade na implementação dos programas, da criação de intervenções direcionadas exclusivamente à figura paterna e do reconhecimento inequívoco do papel dos pais no cuidado infantil12.
  • Abordagens Personalizadas: O suporte social, a sensibilidade cultural e as estratégias personalizadas são aspectos destacados como fundamentais para elevar as taxas de participação e retenção paterna13.

Barreiras Persistentes à Adesão

 

Em contrapartida, o estudo identificou barreiras significativas que demandam soluções culturalmente adaptadas:

  • Conflitos Laborais e Logísticos: A conciliação entre as responsabilidades profissionais e os horários dos programas emerge como um obstáculo relevante14.
  • Estigmas e Normas de Gênero: O estigma social associado à busca por ajuda e as normas de gênero rígidas, que frequentemente delegam o cuidado primário à mãe, continuam a dificultar a participação masculina15.

Implicações e Perspectivas para a Pesquisa

 

Os resultados desta revisão sistemática oferecem um panorama abrangente sobre o engajamento paterno, fornecendo subsídios para o desenvolvimento de melhores práticas no desenho e na implementação de intervenções16. As conclusões apontam para a necessidade imperativa de que os programas de parentalidade considerem as especificidades da experiência paterna, ajustando-se às suas realidades e preferências culturais e socioeconômicas, a fim de maximizar o impacto positivo no desenvolvimento da prole17.

 

O IPEVSC parabeniza o Dr. Mauro Luís Vieira e seus colegas pela contribuição substantiva para a área de Psicologia do Desenvolvimento e Família, reforçando o compromisso do Instituto com pesquisas de alto rigor científico e relevância social.

 

Acesse o artigo completo:

Engajamento paterno em programas de parentalidade: um estudo de revisão sistemática

 


Referência do Artigo:

Reis, H. L., Linhares, M. B. M., & Vieira, M. L. (2025). Fathers’ engagement in parenting programs: A systematic review study. Ciencias Psicológicas, 19(2), e-4488. DOI: 10.22235/cp.v19i2.448818.

 

 

 

Fomentando Pesquisas Quantitativas que Examinem Explicações Alternativas para as Variações Socioculturais

 

Violência e Democracia em Debate

🧠🔍 Violência e Democracia em Debate: Pesquisadores da UFFS e UFSC apresentam estudo inovador sobre percepção cidadã no Brasil

Durante o 8º Workshop de Comportamento Político, realizado em Curitiba entre os dias 17 e 19 de setembro de 2025, os pesquisadores Gabriela Ribeiro Cardoso e Felipe Mattos Monteiro trouxeram à tona uma reflexão urgente e complexa: como a violência influencia a forma como os brasileiros percebem a democracia?

Representando a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e o Núcleo Interdisciplinar de Políticas Públicas e Opinião Pública (NIPP/UFSC), os pesquisadores participaram ativamente do evento, coordenando grupos de trabalho e apresentando os resultados de sua pesquisa intitulada “Quando a violência desafia a democracia: visões e avaliações da democracia no Brasil”. O estudo analisa os impactos da vitimização e do medo do crime sobre a avaliação da democracia, revelando como diferentes perfis de cidadãos constroem suas visões sobre o regime democrático.

📊 Uma análise profunda e estruturada

Utilizando dados da pesquisa nacional ReDem/INCT, realizada em 2025, os autores aplicaram modelos de equações estruturais para investigar como fatores como idade, sexo, educação e experiências com violência moldam a percepção democrática. Os resultados indicam que, para os cidadãos com convicções democráticas, a distância entre o ideal e o real é ampliada por múltiplas fontes de insatisfação. Já entre os não-democratas, o medo e a idade se destacam como principais influências.

Essa assimetria entre visões e avaliações revela nuances importantes sobre a legitimidade democrática no Brasil contemporâneo, especialmente em contextos marcados pela insegurança pública.

🤝 Apoio institucional e impacto acadêmico

A participação dos pesquisadores no workshop foi viabilizada, em parte, pelo apoio do IPEVSC, que tem se consolidado como um agente fundamental na promoção de estudos interdisciplinares sobre violência e sociedade. Além de permitir a divulgação dos resultados da pesquisa, o evento proporcionou um espaço de troca com outros especialistas, contribuindo para o aprimoramento do artigo que será publicado em um livro sobre democracia no Brasil.

A atuação de Gabriela Cardoso e Felipe Monteiro como coordenadores de grupos de trabalho — “Religião, Violência e Democracia” e “Eleições e Representação Política” — reforça o papel ativo dos pesquisadores na construção de redes acadêmicas e na disseminação de conhecimento qualificado.

📚 Ciência que dialoga com a realidade

Em tempos de polarização e desafios à institucionalidade democrática, estudos como este são essenciais para compreender os sentimentos e avaliações da população. A pesquisa apresentada não apenas ilumina os efeitos da violência sobre a confiança nas instituições, como também propõe caminhos para fortalecer o vínculo entre cidadania e democracia.

A ciência, quando apoiada por instituições comprometidas como o IPEVSC, torna-se ainda mais potente em sua missão de transformar realidades e orientar políticas públicas.

 

 

 

 

Fomentando Pesquisas Quantitativas que Examinem Explicações Alternativas para as Variações Socioculturais

IPEVSC apoia evento sobre neurodesenvolvimento infantil

Registros da participação do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Desenvolvimento Infantil (NePEDI) no VI Encontro em Neurodesenvolvimento Infantil- IBNequinho, que foi realizado de 7 a 9 de agosto de 2025 na Universidade Federal de Santa Catarina. O evento contou com o patrocínio do IPESVC.

A graduanda Maria Clara foi premiada em primeiro lugar da iniciação científica, com o poster Propriedades Psicométricas e Confiabilidade do Questionário de Capacidades e Dificuldades em Crianças Brasileira s. Autores: Maria Clara Pinheiro Santos, Henrique Lima Reis, Fernanda Silva Pereira, Carolina Duarte de Souza, Mauro Luis Vieira.

Na foto 1 estão Maria Clara e a sua orientadora de Iniciação Científica e membro do IPEVSC – Profa. Dra. Carolina Duarte de Souza.

 

Apresentação do poster: Parentalidade e saúde mental em cuidadores de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista: uma revisão de escopo . Autores: Marcos Adriano Soares Lopes; Henrique Lima Reis; Ana Paula Regalin Simionatto; Maria Clara Pinheiro Santos; Be Bellato Bieger.

Na foto 2 está a apresentadora do pôster, Ana Paula Regalin Simionatto.

 

Apresentação do poster: Propriedades Psicométricas do Questionário de Comportamento das Crianças – versão muito reduzida (CBQ-vsf), dos autores Henrique Lima Reis, Amanda Formigheiri, Beatriz Pires Coltro, Larissa Paraventi Carolina Duarte de Souza e Mauro Luis Vieira.

Na foto 3 estão Ana Paula Regalin Simionatto (estudante de graduação), Beatriz Pires Coltro (doutoranda) e prof. Dr. Mauro Luís Vieira, membro do IPEVSC.

Mesa Redonda: Parentalidades e infâncias em foco: como desenvolver estratégias de intervenção para a promoção do desenvolvimento saudável , com a participação dos professores doutores: Carolina Duarte de Souza (Foto 4), Elisa Altafim (Foto 5), Larissa Paraventi (Foto 6) e Mauro Luís Vieira (Foto 7).

 

 

Na foto 9 aparecem os nomes dos apoiadores e patrocinadores do evento.

 

 

Amanda Rubim representando a Mesa Redonda: “Estratégias de Reabilitação no Transtorno do Espectro Autista (TEA)” , com as autoras Conceição Fernande, Helenice Charchat, Louise Marques e Amanda Rubim.

No foto 10 está a doutoranda Amanda Rubim.

 

 

 

IPEVSC – Instituto de Pesquisas de Variações Socioculturais

Fomentando pesquisas quantitativas que examinem explicações alternativas para as variações socioculturais.

VI IBNEQUINHO

O VI IBNequinho, organizado pelo IBNeC, ocorrerá ao longo dos dias 07, 08 e 09 de Agosto de 2025. O evento será na UFSC de Florianopólis e contará com convidados nacionais e internacionais. A programação terá mesas-redondas, minicursos, conferências e fóruns, que são oportunidades para estudantes e profissionais trocarem experiências. A diversidade de temas abrange aspectos da neuropsicologia e neurociência do comportamento direcionado a estudantes de graduação, pós-graduação, e profissionais da área de saúde e educação.

O evento é uma oportunidade para alunos e profissionais conhecerem, interagirem e fazerem networking não apenas entre si, mas também com outros profissionais, pesquisadores e acadêmicos que são referências nacionais e internacionais na neuropsicologia da infância e adolescência.

Acesse o site para maiores informações: https://www.ibnec.com.br/index.php/eventos/proximos-eventos/vi-ibnequinho

 

O VI IBNequinho tem o valioso apoio do IPEVSC e integra as iniciativas de fomento à pesquisa coordenadas pelo Prof. Dr. Mauro Luís Vieira (UFSC – NEPeD), um nome de destaque na área da Psicologia do Desenvolvimento.

O mesmo estará participando da Mesa-redonda Envolvimento paterno: Desafios e potencialidades nos cuidados à primeira infância. Também participará desta atividade a pesquisadora e associada ao IPEVSC Prof. Dra. Carolina Duarte. Outras pesquisadoras que também estarão presentes na mesa: Elisa Altafim e Larissa Paraventi.

 

IPEVSC – Instituto de Pesquisas de Variações Socioculturais

Fomentando pesquisas quantitativas que examinem explicações alternativas para as variações socioculturais.

 

Livro: A produção social e política dos homicídios (Felipe Mattos Monteiro)

A produção social e política dos homicídios

Uma análise macrossocial da trajetória das taxas de homicídios em Santa Catarina

(1992 a 2017)

Autor: Felipe Mattos Monteiro

O livro “A produção social e política dos homicídios: uma análise macrossocial da trajetória das taxas de homicídios em Santa Catarina (1992 a 2017)” analisa a evolução das taxas de homicídio no estado de Santa Catarina entre 1992 e 2017. O trabalho busca compreender os fatores sociais e políticos que influenciam a ocorrência de homicídios, utilizando uma abordagem macrossocial, ou seja, focando em padrões e tendências em nível estadual.

 

O estudo foca em: 

  • Análise macrossocial:
    Examina as taxas de homicídios em nível estadual, buscando identificar padrões e tendências ao longo do tempo.
  • Fatores sociais e políticos:
    Investiga como as condições sociais e as decisões políticas afetam a incidência de homicídios.
  • Trajetórias latentes:
    Utilizar técnicas estatísticas para identificar padrões de mudança nas taxas de homicídio ao longo do tempo.
  • Covariáveis estruturais:
    Avalia a relação entre as taxas de homicídio e outras variáveis como desigualdade social, pobreza, acesso à educação e políticas públicas.
  • Desorganização social:
    Considera o impacto da desorganização social na ocorrência de homicídios, possivelmente relacionado a fatores como perda de laços comunitários e instabilidade social.
  • Taxas bayesianas:
    Utilizar modelos bayesianos para analisar as taxas de homicídio, permitindo uma análise mais refinada e considerando incertezas estatísticas.
O objetivo principal é identificar os fatores que contribuíram para o aumento ou diminuição das taxas de homicídio em Santa Catarina ao longo do período estudado, fornecendo insights valiosos para a formulação de políticas públicas mais eficazes na prevenção da violência.
Felipe Mattos Monteiro
Professor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) dos cursos de Ciências Sociais Licenciatura e Bacharelado (UFFS – Campus Laranjeiras do Sul). Possui doutorado em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), mestrado em Sociologia Política e graduçaão em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Também é pesquisador associado do Núcleo Interdisciplinar em Políticas Públicas da UFSC e membro do Grupo de Pesquisa Estado, Sociedade e Políticas Públicas da UFFS. Suas pesquisas e publicações atuais se concentram na área de políticas públicas, violência, trajetória de homicídios e direitos humanos.

 

Monteiro, F. M. (2019). A produção social e política dos homicídios: Uma análise macrossocial da trajetória das taxas de homicídios em Santa Catarina (1992 a 2017).

 

A publicação do livro contou com o apoio do:

IPEVSC

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Estudo revela a importância do envolvimento paterno na criação de filhos felizes

Revisão integrativa revela que pais carinhosos tendem a criar filhos que, por sua vez, repetirão o modelo de parentalidade positiva com seus próprios filhos, perpetuando um ciclo de afeto e bem-estar familiar.

Artigo completo: https://www.revistanps.com.br/nps/issue/view/46

Em um mundo onde os desafios da parentalidade moderna se tornam cada vez mais complexos, um estudo recente lança luz sobre um aspecto fundamental da dinâmica familiar: a transmissão intergeracional de padrões de relacionamento entre pais e filhos. A pesquisa, uma revisão integrativa de 15 estudos publicada na revista Nova Perspectiva Sistêmica, analisou a relação entre a forma como os pais se relacionam com seus filhos e como essa forma é transmitida para as futuras gerações.

O estudo, liderado pelo professor Mauro Luís Vieira, revela que a tendência predominante é a continuidade de relações positivas, com pais envolvidos e carinhosos reproduzindo um modelo de parentalidade calorosa. Essa descoberta ressalta a importância do investimento emocional na relação com os filhos, demonstrando que o amor e o cuidado são legados que se perpetuam ao longo das gerações.

A pesquisa também aponta para a existência de um ciclo menos virtuoso, em que pais que vivenciaram distanciamento afetivo ou práticas disciplinares físicas em suas próprias infâncias podem, em menor grau, reproduzir esses padrões negativos com seus filhos. No entanto, o estudo destaca que algumas famílias conseguem romper com essa herança de dor, interrompendo o ciclo de relações disfuncionais e construindo, de forma consciente, modelos parentais positivos.

Os resultados dessa pesquisa têm implicações práticas significativas para a sociedade. Em primeiro lugar, eles reforçam a importância da promoção de práticas parentais positivas, incentivando o envolvimento paterno e o desenvolvimento de habilidades de comunicação e resolução de conflitos. Além disso, o estudo aponta para a necessidade de programas de intervenção que auxiliem pais a romperem com padrões parentais negativos, oferecendo suporte emocional e orientação para a construção de relações saudáveis com seus filhos.

A pesquisa também lança luz sobre a importância da educação parental, demonstrando que o suporte contínuo aos pais em formação, por meio de iniciativas educativas e de apoio psicológico, é fundamental para a construção de famílias felizes e saudáveis. Os resultados obtidos podem servir de base para a criação de políticas públicas voltadas para o fortalecimento dos vínculos familiares, incentivando práticas de paternidade ativa e consciente.

Diante desse cenário, a pesquisa do professor Mauro Luís Vieira e sua equipe representa um passo importante na compreensão da dinâmica familiar e na construção de um futuro promissor para as próximas gerações. Ao revelar como o amor e a parentalidade se transmitem entre gerações, o estudo nos convida a refletir sobre o papel fundamental que pais e filhos desempenham na construção de um mundo mais justo e acolhedor.

Destaque para as instituições que apoiaram o desenvolvimento do estudo: IPEVSC – Instituto de Pesquisas de Variações Socioculturiais, CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e FAPESC – Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina

 

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