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Estudo revela a importância do envolvimento paterno na criação de filhos felizes

Revisão integrativa revela que pais carinhosos tendem a criar filhos que, por sua vez, repetirão o modelo de parentalidade positiva com seus próprios filhos, perpetuando um ciclo de afeto e bem-estar familiar.

Artigo completo: https://www.revistanps.com.br/nps/issue/view/46

Em um mundo onde os desafios da parentalidade moderna se tornam cada vez mais complexos, um estudo recente lança luz sobre um aspecto fundamental da dinâmica familiar: a transmissão intergeracional de padrões de relacionamento entre pais e filhos. A pesquisa, uma revisão integrativa de 15 estudos publicada na revista Nova Perspectiva Sistêmica, analisou a relação entre a forma como os pais se relacionam com seus filhos e como essa forma é transmitida para as futuras gerações.

O estudo, liderado pelo professor Mauro Luís Vieira, revela que a tendência predominante é a continuidade de relações positivas, com pais envolvidos e carinhosos reproduzindo um modelo de parentalidade calorosa. Essa descoberta ressalta a importância do investimento emocional na relação com os filhos, demonstrando que o amor e o cuidado são legados que se perpetuam ao longo das gerações.

A pesquisa também aponta para a existência de um ciclo menos virtuoso, em que pais que vivenciaram distanciamento afetivo ou práticas disciplinares físicas em suas próprias infâncias podem, em menor grau, reproduzir esses padrões negativos com seus filhos. No entanto, o estudo destaca que algumas famílias conseguem romper com essa herança de dor, interrompendo o ciclo de relações disfuncionais e construindo, de forma consciente, modelos parentais positivos.

Os resultados dessa pesquisa têm implicações práticas significativas para a sociedade. Em primeiro lugar, eles reforçam a importância da promoção de práticas parentais positivas, incentivando o envolvimento paterno e o desenvolvimento de habilidades de comunicação e resolução de conflitos. Além disso, o estudo aponta para a necessidade de programas de intervenção que auxiliem pais a romperem com padrões parentais negativos, oferecendo suporte emocional e orientação para a construção de relações saudáveis com seus filhos.

A pesquisa também lança luz sobre a importância da educação parental, demonstrando que o suporte contínuo aos pais em formação, por meio de iniciativas educativas e de apoio psicológico, é fundamental para a construção de famílias felizes e saudáveis. Os resultados obtidos podem servir de base para a criação de políticas públicas voltadas para o fortalecimento dos vínculos familiares, incentivando práticas de paternidade ativa e consciente.

Diante desse cenário, a pesquisa do professor Mauro Luís Vieira e sua equipe representa um passo importante na compreensão da dinâmica familiar e na construção de um futuro promissor para as próximas gerações. Ao revelar como o amor e a parentalidade se transmitem entre gerações, o estudo nos convida a refletir sobre o papel fundamental que pais e filhos desempenham na construção de um mundo mais justo e acolhedor.

Destaque para as instituições que apoiaram o desenvolvimento do estudo: IPEVSC – Instituto de Pesquisas de Variações Socioculturiais, CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e FAPESC – Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina

 

IPEVSC

FOMENTANDO PESQUISAS QUANTITATIVAS QUE EXAMINEM EXPLICAÇÕES ALTERNATIVAS PARA AS VARIAÇÕES SOCIOCULTURAIS

Pesquisadores do IPEVSC publicam artigo em revista científica internacional destacando os impactos psicológicos da pandemia da COVID-19 sobre pais e crianças

Três pesquisadores do IPEVSC, em conjunto com outros investigadores, publicaram um artigo na Revista Ciências Psicológicas. A publicação é resultado de uma pesquisa que contou com financiamento e com a participação de associados do Instituto. O presidente do IPEVSC e, prof. Dr. Mauro Luís Vieira (NEPeDI/UFSC), a Dra. Carolina Duarte de Souza (NEPeDI/UFSC) e a MSc. Beatriz Pires Coltro (NEPeDI/UFSC) fazem parte da autoria do artigo.

Este estudo objetivou investigar os impactos psicológicos da pandemia da COVID-19 sobre a saúde mental positiva dos pais, a parentalidade e os comportamentos das crianças. Participaram 150 pais, em sua maioria mulheres (82 %), com idade média de 38 anos, mães de crianças com idade entre 3 e 11 anos. A pesquisa contou com uma consistente abordagem teórica sobre parentalidade e com o uso de estatísticas avançadas, sendo as equações estruturais uma das técnicas utilizadas para análise dos dados da pesquisa. Constatou-se que os impactos psicológicos da pandemia da COVID-19 exerceram um efeito mediado por meio da saúde mental parental sobre o comportamento da criança, sendo o efeito positivo para as dificuldades da criança e negativo para os comportamentos prossociais da criança. Isso significa dizer que quanto maior foi o impacto psicológico negativo da pandemia percebido pelos pais, menor foi o índice de saúde mental positiva reportada pelos pais e, por sua vez, maior foi o índice de problemas de comportamento da criança relatados pelos pais e menor a frequência de comportamentos prossociais da criança na percepção parental. Os resultados ainda apontaram para um efeito positivo da coerção parental sobre as dificuldades da criança. Isso significa dizer que quanto mais os pais relataram usar de coerção na relação parental, mais perceberam problemas de comportamento em seus filhos.

O estudo teve como objetivo contribuir para o avanço do conhecimento na área de parentalidade e desenvolvimento infantil e para o entendimento das variações socioculturais que interferem no contexto familiar. Além disso, espera-se que esse e outros resultados de pesquisa possam subsidiar práticas de atuações profissionais e de políticas públicas no sentido de fortalecer os fatores de proteção e minimizar os fatores de risco, promovendo ambientes saudáveis de desenvolvimento.

 

Clique no link abaixo e tenha acesso completo ao artigo:

Impactos psicológicos do COVID-19 na parentalidade e comportamento da criança em famílias brasileiras: efeitos de mediação da saúde mental dos pais